Intolerância à Lactose e Alergia à Proteína do Leite de Vaca

Por Rosa

Então gurias como prometido segunda-feira hoje vamos falar um pouquinho sobre Intolerância à Lactose (IL) e Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). São duas coisas bem diferentes comumente confundidas e se demorarem a serem diagnosticadas podem causar um pouco de dor de cabeça.

Vamos lá... A IL é uma inabilidade de digerir o açúcar do leite, a lactose, pela deficiência de uma substância que faz a hidrólise (quebra) esse açúcar a lactase. Quando a lactose não é digerida e passa pelo cólon (intestino) ela é fermentada pelas bactérias que colonizam nosso intestino resultando daí os sintomas desagradáveis da intolerância: cólicas, flatulência, dor e diarréia.

Na verdade a lactose está presente em vários tipos de leite de todos os mamíferos, inclusive no leite humano. Quando nascem os bebês estão aptos a digerir este açúcar, porém ocorre alguma deficiência em um mecanismo de digestão ocasionando a intolerância; dessa forma sabe-se que aproximadamente 75% da população mundial é intolerante à lactose. O tratamento comumente utilizado  consiste basicamente na retirada ou diminuição do açúcar do leite da dieta; dessa forma os sintomas diminuem e desaparecem progressivamente. A principal preocupação dos Nutricionistas e Pediatras é que a retirada total do Leite e derivados pode comprometer o crescimento adequado de crianças menores de dois anos pois o leite garante o aporte de proteínas, cálcio, vitamina B e Vitamina D, cuja maior fonte é o leite. Por isso meninas é de fundamental importância o diagnóstico por Médico Especializado e o acompanhamento por Nutricionista qualificados ao diagnóstico e acompanhamento e planejamento dietético adequado a idade e sexo da criança; dessa forma estaremos assegurando o aporte nutricional necessário ao crescimento adequado de nossos filhos.

Já a APLV é a alergia alimentar mais freqüente na primeira infância. Na maioria dos casos a aquisição de tolerância às proteínas de leite de vaca (PLV) ocorre até ao segundo ano de vida. No estudo das alergias a APLV é muito estudada, pois apresenta uma grande incidência e uma sintomatologia bastante variável podendo muitas vezes ser confundida com outras alergias alimentares e respiratórias, podendo apresentar como sintomas desde eczemas na pele até problemas respiratórios como nariz escorrendo ,tosse.

Por mais incrível que pareça o desenvolvimento da alergia ao leite de vaca seguiu em paralelo com o desenvolvimento das civilizações. As primeiras descrições da APLV datam das eras bíblicas. Com o advento da Revolução Industrial e o início do trabalho da mulher houve a necessidade de introdução de outros alimentos em substituição ao Leite Materno (LM); dessa forma data-se o ressurgimento da APLV no início do Século XX a partir de 1901. Alguns estudos indicam o uso excessivo do leite de vaca na alimentação das crianças como substituto do LM como o causador do aumento da incidência da APLV.

Observa-se que a APLV é uma das mais comuns em crianças, provavelmente porque o leite de vaca geralmente é o veículo para a primeira proteína estranha a ser introduzida no estômago das crianças. Essa alergia pode surgir basicamente devido a dois fatores: predisposição genética (do pai ou da mãe) e introdução de alimentos antes dos seis meses de vida As reações alérgicas ocorrem em menor incidência quando o leite de vaca é introduzido na alimentação após os seis meses de vida (o que na verdade ainda não é recomendado). A APLV é mais difícil de ser diagnosticada, pois os sintomas são os mais diversos podendo surgir imediatamente ou até várias horas ou dias após a ingestão.
Uma boa notícia é que a maioria das crianças deixa de ser alérgicas ao leite: cerca de 60 % aos quatro anos e cerca de 80 % aos seis anos. Algumas pessoas podem ter as reações alérgicas por toda a vida, porém se o leite for excluído da dieta por dois a três anos, as crianças têm cerca de 80 % de chances de tolerar leite em pequenas quantidades.
Por motivos diversos tanto os pacientes que possuem IL quanto os com APLV devem ter a dieta isenta de Leite de Vaca, por isso a utilização do Alimento (alimento sim, não LEITE, pois leite só é produzido pelas fêmeas dos mamíferos) a base de soja pode ser uma alternativa desde que haja orientação clínica e nutricional em relação a adequação de nutrientes essenciais ao crescimento. Estudos comprovam que os pacientes com IL toleram cerca de 6g de lactose, trocando em miúdos, cerca de 120 ml de leite, principalmente o integral.


Segue uma lista de alimentos que podem ser utilizados (SEMPRE COM INDICAÇÃO DO NUTRICIONISTA): PREFIRA: iogurte; coalhada; queijos minas, ricota, cottage; requeijão; alimento de soja; leite fermentado; procurem EVITAR: excesso de alimentos que produzem gases tais como: folhosos verdes (couve, espinafre, brócolis,..); salgadinhos industrializados; frutas laxativas e muito cuidado com produtos industrializados que contenham lactose e leite na sua composição.

soja e leite de soja

 
ATENÇÃO: o uso do Alimento a base de soja deve ser indicado por Nutricionista ou Médico e, antes dos seis meses devem ser utilizadas as fórmulas balanceadas para lactentes a base de soja; existem muitas no mercado de várias marcas; NUNCA os sucos a base de soja com sabor de frutas. A presença de um fitoestrógeno que age no corpo semelhante ao hormônio feminino Estrogênio ainda é amplamente estudado e seus efeitos em crianças ainda não estão bem estabelecidos pela ciência .

Espero que o post tenha servido para tirar algumas dúvidas, NUNCA introduzam ou retirem alimentos da dieta dos seus filhos sem a prévia indicação de um profissional habilitado pra isso. Beijos carinhosos e fiquem com Deus.