terça-feira, 14 de agosto de 2012

E foi assim que tudo começou...

Semana passada nos deparamos com a criação de um novo blog voltado para as esposas de militares... Mulheres na Fronteira.

Um blog diferente, que eu (Carol) que já tô rodada por esse Brasil gostei muito de ler. Até porque ainda não tinha me deparado com essa realidade. Já morei em cidade de fronteira, mais precisamente Quaraí - RS e já contei minha experiência junto com a Rosa por aqui, mas nada comparável a viver em um Pelotão de Fronteira (PEF).

Então... Hoje vamos apresentar a quem ainda não viu o blog Mulheres na Fronteira, feito com carinho por Karine Chacon Brasil, onde ela conta as experiências vividas por ela nesse lugar ermo porém com uma conduta de quem quer fazer dar certo e de quebra ainda ajudar a comunidade ao redor. No post ela nos mostra como foi chegar ao PEF.
Desejamos a Karine muito sucesso nessa empreitada!




Por Karine Brasil

E foi assim que tudo começou para mim... Recém-casada, recebi a notícia de que viria morar na tríplice fronteira do Brasil com a Venezuela e com a Colômbia, no Amazonas. Este lugar, que para mim era desconhecido, se chama Cucuí, localizado a 6 horas (indo de lancha) ou 1 dia e meio (indo de barco) da cidade de São Gabriel da Cachoeira. O nervosismo era muito grande, pois, além de ser um lugar isolado, eu acabava de me casar e como qualquer pessoa, estava assustada por sair de casa, começar algo realmente novo, uma nova família... E ainda por cima tão rápido! Mal conseguimos arrumar nossas bagagens e já estávamos partindo. Uma semana depois do meu casamento, eis que fui passar a minha lua-de-mel em São Gabriel da Cachoeira. Um lugar pequeno, sem grandes construções, mercados pequenos, uma praia de rio e duas ilhas encantadoras à frente. Foi então que pensei: - Não é tão ruim assim!

E lá ficamos 2 meses, morando em uma casa de hóspedes militar até aprovarem nossa viagem para casa. Viajamos de barco, duração da viagem: 1 dia e meio. Dormimos em uma comunidade indígena, em redes penduradas pelo barco, muito mosquito, mas um silêncio grandioso e uma escuridão incrível, acho que eu nunca vi um lugar como aquele, apenas rio, floresta e a lua cheia que iluminava o caminho.

Amanheceu, foi quando avistamos uma grande pedra e me disseram: -Estamos chegando! Aquela pedra se chama pedra de Cucuí, localizada em território venezuelano, as casas na frente da pedra é Cucuí!

Exatamente, foi o que pensei, que casas? Não as vejo! Mas elas estão nesta foto abaixo. Podem acreditar!! 


Foi aí que comecei a entender o porquê do meu marido dizer todos os dias: -Karine, lá é muito isolado, não tem nada, não adianta sonhar com Mc Donald´s, você não vai ter, muito menos sonhar com praias, bares, restaurantes! Somos nós quem vamos cozinhar, nós quem vamos arrumar a casa e se tiver com vontade de comer um lanche do Mc Donald´s teremos que matar a vontade criando um lanche diferente! (risos).

Ele só queria me preparar, pois ele também 
não sabia o que iríamos encontrar. A verdade é que desde o início achei fantástica a ideia de vir para cá, eu sempre gostei de aventuras, sempre gostei de me superar e não tinha lugar melhor do que este!

Então pensei, bem-vinda à Cucuí! E não importava o que eu fosse encontrar, coloquei na minha cabeça que eu seria forte e que saberia aproveitar o que a vida estava me oferecendo...

De longe eu me senti encantada, e por incrível que pareça, todos os meus sentidos me diziam que eu seria muito feliz neste lugar. E eles não se enganaram. A verdade é que a felicidade está dentro de nós e só depende da gente ser feliz ou não. É uma escolha. E eu escolhi ser feliz.

Minha primeira moradia, um lugar só meu, minha nova família... Como seria morar assim, em um lugar tão silencioso, sem construções, sem ruas, sem barulhos, sem buzina, sem MC DONALD´S, apenas pássaros cantarolando e um rio imenso ao meu redor? Eu não sabia, mas fiz questão de me esbaldar, de me jogar por inteiro, fazer deste lugar algo inesquecível! Aos poucos me senti em casa, quis conhecer tudo, saber o que me aguardava, conhecer pessoas, me misturar!

E me encantei, de verdade! Nossos olhos vêem aquilo que queremos ver, lembrem-se disso. E claro, minha felicidade estava completa, pois, trouxemos na bagagem uma companheira incrível, o nome dela é Meg, ela é um dos motivos por acordarmos todos os dias com um grande sorriso no rosto!

E assim vou vivendo, ainda moro neste paraíso e aos poucos vou atualizando mais informações sobre a minha experiência na fronteira... Espero que tenham gostado!!

Emocionante não?!? O nome do blog como disse mais acima é Mulheres na Fronteira e para acessar segue o link aqui.

1 comentários:

Janaina disse...

Gnt, eu chorei, pq estou passando por algo parecido. Quero chegar lá sem conceitos pré definidos, com esse mesmo olhar! Estou saindo da fronteira do Brasil com o Uruguai e vou pra fronteira do Brasil com a Venezuela! Q Deus abençoe a todas as mulheres de Fronteira!

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